COMO SÃO IMPRESSAS AS IMAGENS NAS RADIOGRAFIAS E A RECICLAGEM DESSE MATERIAL

ALÔ PESSOAL!!!
O número de acidentes cresce muito no Carnaval.
E com ele as chapas de Raios X para detectar fraturas e contusões.
Mas com essas chapas são impressas?
E o que fazer quando você tem um monte delas em casa???
 Veja:

Esse vídeo é de 2011, mas não menos importante por conta disso.
Vamos ver como as chapas são impressas?

As radiografias são muito utilizadas no ramo da medicina, para identificar traumas e lesões nos pacientes. Como esses exames são muito importantes no histórico de saúde de uma pessoa, são comumente guardados durante muito tempo, e quando já não são tão úteis, acabam sendo descartados sem nenhum cuidado. Mas essa forma despreocupada de jogar as chapas fora faz com que elas vão parar em aterros sanitários e causem diversos problemas, pois elas contaminam o solo e o lençol freático, além de ocasionarem outros problemas.

A importância da destinação correta das radiografias se dá por dois fatores.
O primeiro é que elas são feitas a partir de uma chapa de um plástico chamado acetato. E a segunda é que essa placa é coberta por uma fina camada de grãos de prata, sensíveis à luz.
O plástico gera riscos para o meio ambiente, demorando mais de cem anos para se decompor na natureza, sem contar que é um derivado direto do petróleo, cuja extração traz problemas ambientais em termos de gases estufa.
Já a prata, assim como outros metais pesados, é altamente poluente e prejudicial à saúde, pois se acumula no organismo, causando problemas renais, motores e neurológicos. Sua liberação no ambiente é proibida pelas normas estabelecidas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A tabela abaixo apresenta as concentrações limites para a presença de metais pesados no meio ambiente estabelecidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente:

* Resolução CONAMA no 357, 2005, Qualidade da Água
Fonte: http://www.rimaeditora.com.br/26_Anais.pdf



O perigo começa na revelação

Para tornar a imagem visível, é necessário que ela seja revelada a partir da reação de uma película de grãos de prata com a hidroquinona, um agente revelador. Em seguida, a película recebe um banho de carbonato de sódio e de bissulfito de sódio, que evita a decomposição da hidroquinona. Para que a imagem não se desfaça rapidamente, é utilizada uma solução fixadora de tiossulfato de amônio, sulfato de sódio ou EDTA (ácido etilenodiamino tetra-acético), que remove o excesso de prata existente e que poderia reagir com a presença de luz, comprometendo a imagem. A chapa então é lavada, para remover vestígios de produtos químicos que possam estragar a película, e, em seguida, seca.

Depois de realizado todo esse processo, restam ainda muitos resíduos químicos, que são encaminhados para empresas especializadas, onde são tratados.


A Reciclagem

A importância da reciclagem das chapas de raios-x vai muito além do que você imagina. Primeiramente, esse processo evita que os componentes tóxicos contaminem o meio ambiente. Outra questão importante é a possibilidade de reutilização dos materiais envolvidos. O processo de reciclagem das radiografias mais comum acontece da seguinte forma:
1. A radiografia é tratada em uma solução de hipoclorito de sódio 2,0% (água sanitária), em que são gerados:

-um resíduo sólido que contém a prata
-as películas radiográficas “limpas”;

2. Em seguida, o resíduo que contém a prata é tratado com hidróxido de sódio em água e aquecido durante 15 minutos, obtendo-se o óxido de prata misturado a impurezas;

3. O óxido de prata é então aquecido em uma solução de sacarose por 60 minutos, obtendo-se a prata impura sólida e que ainda não apresenta brilho;

4. Por fim, a prata é aquecida a 1000°C por 60 minutos em uma estufa, obtendo-se a prata pura e com o brilho.

Com 2,5 mil chapas, é possível obter de 450g a 500g de prata (cada quilograma é vendido por cerca de R$ 1,2 mil). Para comprar os equipamentos e montar a estrutura necessária, é preciso um investimento de R$ 300 mil.
Com o plástico, a reciclagem de 300 kg do material gera um lucro de R$ 15 mil por mês.
Os dados parecem muito vantajosos, mas é importante saber que toda empresa que quiser reciclar as radiografias deve funcionar de acordo com as licenças ambientais.
A água  contaminada com  agentes químicos utilizada no processo de obtenção da prata não deve, de maneira alguma, ser lançada sem tratamento no esgoto.
Portanto, a empresa deve ter a sua própria estação de tratamento de água, para evitar que o processo se torne ambientalmente inviável.

Com o plástico resultante do processo é possível fazer diversos objetos, como embalagens. Já a prata serve como matéria-prima para joalherias, por exemplo.
fonte: http://www.ecycle.com.br



Uma colocação importante: para quem usa essas chapas para fazer os moldes para artesanato tem que ter muito cuidado, pois quando deixamos as radiografias na água sanitária, elas ficam transparentes depois de serem lavadas e esfregadas com uma esponja macia.
Mas esse líquido, que contém prata e é tóxico vai para onde? Pense nisso.



2 comentários

  1. Olá Lígia! Sou um antigo estudante seu do colégio criativa. Eu ainda lembro do dia que você montou esse blog de química. Fico feliz em saber que você continua na ativa com ele, e com conteúdo muito relevante.

    Os novos estudos e falta de tempo me forçaram a me afastar do Xquimica, mas sempre dá aquela saudade e volto de vez em quando.

    Um abraço!

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