CONTINUANDO NOSSO PROCESSO DE ENTENDER TODOS OS ELEMENTOS DA TABELA PERIÓDICA ,VAMOS À FAMÍLIA 6A OU 16.
A família 6A da tabela periódica é conhecida como a família dos calcogênios, e inclui os seguintes elementos:
- Oxigênio (O)
- Enxofre (S)
- Selênio (Se)
- Telúrio (Te)
- Polônio (Po)
Aqui está uma visão geral desses elementos:
- Oxigênio (O):
- Configuração eletrônica: [He] 2s² 2p⁴
- Encontrado na atmosfera terrestre (principalmente como O₂), em água (H₂O) e em minerais.
- Usado em processos de combustão, em hospitais (para terapia respiratória), na indústria de metalurgia, em processos de oxidação, entre outros.
- Benefícios: Essencial para a vida, necessário para respiração e combustão.
- Toxidade: O oxigênio em si não é tóxico, mas altas concentrações podem ser prejudiciais.
- Solubilidade em água: O₂ é moderadamente solúvel em água.Trata-se do elemento mais abundante da superfície da Terra e o terceiro do Universo, que pode ser encontrado na forma livre ou combinado com outras substâncias, como a água (H2O).
O gás oxigênio, que apresenta fórmula O2, está presente na atmosfera terrestre e é indispensável à vida, pois praticamente todos os seres vivos o utilizam na respiração. Além disso, essa substância também participa do processo de fotossíntese.
Como o corpo humano é formado majoritariamente por água, cerca de 2/3 da composição da sua composição apresenta esse elemento.
- Enxofre (S):
- Configuração eletrônica: [Ne] 3s² 3p⁴
- Encontrado em depósitos de gesso, em sulfetos metálicos e na atmosfera como SO₂ e H₂S.
- Usado na produção de ácido sulfúrico, na indústria petroquímica, na fabricação de fertilizantes, em produtos farmacêuticos, entre outros.
- Benefícios: Importante na indústria e na agricultura.
- Toxidade: O enxofre em si não é tóxico em quantidades moderadas, mas seus compostos podem ser irritantes.
- Solubilidade em água: O enxofre não é muito solúvel em água.
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O enxofre é um ametal do grupo dos calcogênios (grupo 16 da Tabela Periódica) de coloração amarela pálida. São diversas as formas alotrópicas desse elemento, sendo a ortorrômbica (ou ɑ) e a monoclínica (ou β) as duas formas cristalinas mais importantes. Estima-se que esse elemento é o nono mais abundante do Universo, sendo encontrado em diversos minerais e em depósitos vulcânicos ou sedimentares.
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O enxofre é grande protagonista no processo de vulcanização da borracha, que melhora a qualidade da borracha drasticamente, conferindo-lhe maior resistência mecânica. O enxofre também está presente no ácido sulfúrico, um ácido tão importante para a indústria que é possível avaliar o grau de desenvolvimento industrial de um país pelo consumo que faz dele. Contudo, esse elemento também está associado a problemas ambientais e à poluição. ( https://brasilescola.uol.com.br)
- Selênio (Se):
- Configuração eletrônica: [Ar] 3d¹⁰ 4s² 4p⁴
- Encontrado em minerais, em depósitos de petróleo e em alimentos como peixes, carnes e ovos.
- Usado em eletrônica, em fotocopiadoras, em processos fotográficos, em suplementos alimentares, entre outros.
- Benefícios: Essencial para a saúde humana em pequenas quantidades, atua como antioxidante.
- Toxidade: O selênio é tóxico em grandes quantidades.
- Solubilidade em água: A solubilidade do selênio depende da forma química em que está presente.
- Telúrio (Te):
- Configuração eletrônica: [Kr] 4d¹⁰ 5s² 5p⁴
- Encontrado em minérios de ouro e prata, em depósitos de sulfetos e em alguns minerais de cobre.
- Usado em ligas metálicas, em semicondutores, em vidros para corrigir o desvio de cor, em equipamentos médicos, entre outros.Um dos principais usos do telúrio é como aditivo de ligas metálicas, principalmente nas ligas de cobre e aço inoxidável. A função do telúrio é aumentar a ductilidade, a dureza e a resistência à tração das ligas metálicas.
No aço inox e no cobre, o telúrio é capaz de melhorar a usinabihttps://mundoeducacao.uol.com.br/lidade. A usinabilidade é a facilidade com que um material pode ser manipulado sem prejuízo às suas propriedades mecânicas.
Em algumas outras ligas, a função de telúrio é elevar a resistência à corrosão. O telúrio também pode ser adicionado ao chumbo, pois é capaz de torná-lo mais forte e duro, e aumentar a resistência ao ataque de ácidos.
Outras aplicações industriais do telúrio são no processo de vulcanização da borracha, na fabricação de vidros e cerâmicas coloridos, em células solares e como catalisador no refino do petróleo. No setor de tecnologia, o telúrio pode ser dopado com prata, ouro, cobre ou estanho para aplicação em semicondutores empregados em dispositivos termoelétricos. (https://mundoeducacao.uol.com.br)
- Benefícios: Aplicações industriais e em eletrônica.
- Toxidade: Telúrio e seus compostos são considerados tóxicos.
- Solubilidade em água: O telúrio é pouco solúvel em água.
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O telúrio é um elemento relativamente raro, encontrado em associação com outros elementos, em minerais como a calaverita e a silvanita. Os usos industriais do telúrio incluem a adição a ligas metálicas e ao aço inox, melhorando suas propriedades. Também é usado na vulcanização de pneus e na fabricação de semicondutores.(https://mundoeducacao.uol.com.br)
- Polônio (Po):
- Configuração eletrônica: [Xe] 4f¹⁴ 5d¹⁰ 6s² 6p⁴
- Encontrado naturalmente em minérios de urânio e em traços em minerais de chumbo.
- Usado em fontes de energia nuclear, em dispositivos eletrostáticos, em experimentos científicos, entre outros.
- Benefícios: Aplicações específicas em ciência e tecnologia.
- Toxidade: O polônio é extremamente tóxico, especialmente em formas radioativas.
- Solubilidade em água: O polônio é pouco solúvel em água.
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O polônio é caracteristicamente metálico, além de ser um elemento radioativo com tempo de vida curto. Ele apresenta propriedades metálicas, pois se dissolve em H2SO4, HF, HCl e HNO3, formando soluções de PoII, de coloração rosa. Contudo, o polônio é fortemente radioativo e as partículas α que ele emite decompõem a água. Por isso, as soluções de PoII são rapidamente oxidadas, gerando soluções amarelas de PoIV.
O elemento deve ser manuseado com cuidado, porque é potencialmente tóxico. Os derivados orgânicos e os compostos voláteis chegam a ser 100 vezes mais tóxicos que o HCN.( https://www.tabelaperiodicacompleta.com)
Em resumo, os elementos da família 6A têm uma variedade de aplicações industriais e tecnológicas, além de desempenharem papéis importantes na saúde humana e no meio ambiente. No entanto, alguns deles podem ser tóxicos em determinadas formas ou concentrações, e suas solubilidades em água podem variar dependendo das condições químicas.
CURIOSIDADES SOBRE O POLÔNIO:
O polônio possui características que o tornam perfeito para ser usado em crimes de envenenamento. Por ser um emissor de partículas alfa, a radiação do elemento possui curto alcance, sendo incapaz de atravessar paredes.
Na verdade, a radiação do polônio pode até mesmo ser interrompida por uma folha de papel ou pela camada de células mortas da nossa pele. Isso torna o “veneno” muito fácil de ser transportado, podendo ser levado, inclusive, em um pequeno pote de vidro bem fechado.
Porém, o polônio se torna letal ao ser ingerido ou inalado pelo ser humano, já que as partículas radioativas estarão, assim, em contato direto com os tecidos internos do corpo. Basta 1 micrograma de polônio 210 para matar uma pessoa de 80 kg. Com 1 grama desse elemento um terrorista poderia contaminar cerca 20 milhões de pessoas e matar pelo menos metade delas.
Sendo assim, o Po 210 acaba sendo um veneno ainda mais perigoso, já que, ao exigir uma quantia tão pequena para matar, ele se torna imperceptível para a vítima. Como se não bastasse, o polônio 210 é um elemento que evapora com facilidade, o que privilegia o seu uso na forma de gás para a contaminação de um ambiente.
O que nos deixa mais seguros é a dificuldade encontrada para se conseguir o elemento. Estima-se que a produção mundial de polônio 210 não ultrapasse 100 gramas por ano. Além disso, o polônio possui uma meia-vida muito curta, de 138 dias, e isso faz com que o elemento tenha que ser obtido e utilizado muito rapidamente.
Sintomas da intoxicação por polônio
Dentro do corpo humano, o polônio tem meia-vida de 30 dias. Isso significa que, nesse período de tempo, metade da quantidade ingerida do material acaba sendo eliminada por fezes ou urinas da vítima e, também, pela própria atividade radioativa do elemento.
Os sintomas da contaminação por polônio variam de acordo com a quantidade do material que entrou em contato com a vítima. Essa quantidade é medida em grays (Gy), unidade do sistema métrico internacional para definir a quantidade de radiação absorvida pela matéria.
- 100 a 200 cGy: a pessoa não sente sintoma algum imediatamente. Mas, com o passar dos dias, começa a sentir náuseas e fadiga, podendo ocorrer vômito. A morte, se ocorrer, será dentro de 5 a 6 semanas;
- 300 cGy: a vítima também apresenta queda de cabelo e aumentam as chances de falecimento. Desse nível em diante, os sintomas só ficam piores e a morte, dolorosa e lenta, se torna cada vez mais certa;
- 600 cGy: a vítima tem 90% de chances de morrer se não procurar tratamento. As partículas alfa atacam o sistema sanguíneo, incluindo a medula óssea e os leucócitos, causando hemorragias e infecções. A morte pode acontecer a partir da quarta semana após o contágio; e
- 750 cGy e 800 cGy: morte certa. A radiação acaba com a mucosa do sistema gastrointestinal, causando graves diarreias, sangramentos, perda de fluídos e um grande distúrbio eletrolítico. Nesses casos, a pessoa sobrevive por apenas 4 semanas, mesmo com tratamento.
Uso de polônio pela KGB
Alexander Litvinenko antes (esquerda) e depois do envenenamento (Fonte da imagem: Wikipedia/Nuclear W. Archive)Em 2006, o polônio voltou a ser personagem em um caso de intriga política. Dessa vez, na Rússia, pátria do ex-espião da KGB Alexander Litvinenko, que foi envenenado quando começou a se voltar contra seus superiores e fazer acusações contra o governo de Vladimir Putin.
Apesar de trágico, o envenenamento de Litvinenko é considerado o primeiro caso de morte provocada pelos efeitos agudos da radiação alfa. Acredita-se que a dose de polônio 210 utilizada para o assassinato do ex-espião foi muitas vezes maior do que a dosagem letal máxima, levando-o à morte em um período de três semanas.
Além de sentir algumas sintomas já no dia de seu envenenamento, Litvinenko ficou muito doente cerca de 11 dias depois e chegou a um estado de saúde crítico no 20º dia de internamento.
O falecimento ocorreu no 23º dia. Pouco antes da morte, Litvienko sofreu um ataque cardíaco, provavelmente provocado também pelo polônio, que a essa altura já havia danificado seu sistema cardiovascular.( TEXTO RETIRADO DO https://www.tecmundo.com.br)