MOLIBDÊNIO 99- A CRISE

OLÁ, PESSOAL! COMO ESTÃO?

Estava assistindo o jornal e vi a Fátima Bernardes falar sobre a falta do elemento radioativo molibdênio 99, usado em medicina nuclear.

Lógico que fiquei curiosa:”como assim?”

E lá fui eu atrás das respostas:

(imagem:www.estudantes.com.br)

O Molibdênio é a matéria-prima do Tecnécio, utilizado na cintilografia.(ver imagem acima) Com a falta da substância, hospitais públicos e privados estão tendo de diminuir o número de exames, selecionar pacientes e realizar exames alternativos na tentativa de diagnosticar o mais precocemente possível doenças como câncer.
Para pacientes oncológicos, uma opção à cintilografia óssea seria a ressonância.
A médica nuclear alerta, no entanto, que a cintilografia verifica, em todo o corpo, a função dos órgãos, enquanto que a ressonância não vê o mesmo. “A cintilografia revela se há metástase três ou quatro meses antes da ressonância e da tomografia porque primeiro o osso tem alteração de função e, depois, da forma, e a tomografia só vê a forma”, explica. Além disso, uma ressonância em todo o corpo custaria cerca de três vezes mais, dependendo do lugar. “Com a cintilografia, se o médico captar alteração na costela direita, ele faz um exame dedicado, uma tomografia”, exemplifica.
Para pacientes cardiológicos, outros exames podem ser realizados, como o ecostresse, o ergométrico, o ecocardiograma e a tomografia. “Se um paciente que faz o ergométrico, corre na esteira monitorado com eletrocardiograma e tem alteração, o médico faz uma cintilografia do miocárdio”.
Outra opção analisada pelo governo para contornar a crise do Molibdênio é a substituição do material por Tálio e Gálio. A médica nuclear conta que essas substâncias eram utilizadas no passado. O Tálio era usado para avaliar doenças do coração e o Gálio fazia o mapeamento do corpo para identificação de tumores. “São mais caros, mais demorados e geram imagens menos nítidas”
Mas afinal o que ocorre? Onde está o molibdênio?

O Molibdênio-99 é a substância radioativa matéria-prima para a produção do Tecnécio-99m, utilizado em mais de 80% dos exames na medicina nuclear. Um dos principais é a cintilografia, que permite ao médico visualizar a presença de tumores em tecidos e órgãos, além de obstruções em artérias. Por isso, é muito utilizado no diagnóstico de câncer e doenças cardíacas.
Em 14 de maio, o reator canadense que produzia todo o Molibdênio consumido no Brasil fechou. Este reator fornecia também para diversos países do mundo. O Brasil passou, então, a importar da Argentina um terço do material necessário para suprir a demanda nacional. O governo estuda, agora, como e de onde comprará quantidade suficiente da substância, mas o cenário não é promissor a curto prazo, já que a crise é mundial.( texto extraído do “Último Segundo”)

Entenda como esse elemento funciona:

O molibdênio 99, importado do Canadá, é processado em São Paulo pelo Inpe, que envia cargas semanais para todo o País. Como o tempo de vida do elemento é curto – as propriedades começam a decair seis horas após a produção – não é possível armazenar o material por muito tempo. Nos laboratórios, de acordo com o exame a ser feito, o molibdênio gerador de tecnécio é misturado a um fármaco específico e aplicado no paciente. Em um equipamento chamado Gama Câmara, a substância emite radiações no órgão a ser examinado, formando imagens. Captadas digitalmente, as imagens permitem verificar o funcionamento de rins, coração, pulmões, ossos, destacando o órgão como em uma espécie de contraste. A cintilografia é um exame caro: dependendo do órgão, varia de R$ 100 (tireóide) a até R$ 1 mil (coração). O exame de cintilografia difere do raio-x porque nele é o paciente que emite as ondas radioativas captadas pelos equipamentos – no raio-x é a máquina quem emite as radiações. O gerador de tecnécio é usado para detectar tumores, metástases ou disfunções nos órgãos.( http://www.portalrpc.com.br/)

2 comentários

  1. Boa tarde!

    Corrija alguns detalhes, por favor, para maior clareza de quem ler sua página:

    – IPEN e não INPE, é uma autarquia federal associada à uSP, responsável pela produção do Tec-99m a partir do Mo-99 para uso em diagnóstico de cancer, doenças renais, coronais entre outras. Somente O IPEN pode fazer esse trabalho de produção e distribuição dos geradores de Tecnécio para as clínicas.

    – o Mo-99 tem meia-vida de 66h, enquanto o Tec-99m usado no diagnóstico tem meia-vida de 6h. A dificuldade é enviar para centros clínicos distantes, em Estados como Amazonas, Acre, etc.

    Agradeço a atenção,
    Raquel Lucchesi – Física e estudante de Tecnologia Nuclear IPEN/CNEN-SP.

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